quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Culpa zero, "menasmain", "maismain" e outras coisitas

Blogsfera materna bombando e depois de ler tanta coisa boa, me deu vontade de colocar no papel, ou melhor no blog alguns pensamentos sobre o tema.

Dois dos ótimos textos da semana a que me refiro são: o da Lia Miranda publicado no MMqD dessa semana intitulado: Culpa zero, menos mães e outras asneiras, e o Me baixou a teorica louca da maternidade, alguém me segura da Mariana Zanotto.

O post da Lia é maravilhoso, e trabalha um lado da "culpa não" explorado pelo mercado, e que divide sim em mais mãe e menos mãe de uma forma que não dá pra não julgar, não se colocar num dos lados e tomar partido! Mas a verdade é que a "culpa não" vai muito mas muito além disso,e aí que entra o brilhante texto da Mariana.

Bem, pode até ser que vão existrir pessoas que achem que os textos não conversam entre si, que são opostos e pregam coisas diferentes, mas pra mim eles se completam e eu concordo com os dois! E como é bem dito, tudo é uma questão de interpretação, pois no fim  a agnete entende o que quer escutar né?! E ah, tem tb um texto da Paloma do Peripécias de Cecília e fofurices de Clarice que conversa com esses dois e é uma reflexão muito boa tb!



Começando com uma frase do texto da Mariana: "A minha teoria de maternidade, como muita gente já sabe, é a do equilíbrio. É a que bota a família toda no mesmo patamar e considera que priorizar este ou aquele tem a ver com o momento, contexto, situação."

É, a minha teoria tb é essa: equilibrio, afinal eu tenho sim dias de super mãe nota 10, mas tb tenho dias de mãe de merda, nota 0! Para mim, o grande desafio do maternar é encontrar esse equilibrio.  Claro que há o momento em que nossos filhos são sim prioridade,  e devemos sempre pensar primeiro no bem estar deles, colocando nossas próprias vontades em segundo plano, principalmetne durante o primeiro ano de vida; mas depois disso acho que é importante nós mães começarmos a tentar equilibrar essa balança, e aos poucos ir nos redescobrindo novamente, e nos dar o direito de tb ter vontades e aceitar que se vive com os filhos, lado a lado, e não exclusivamente para eles, sempre correndo por trás com nossas próprias necessidades! Como bem disse a Mariana Zanotto: "Doação total, sacrifícios, priorizar sempre o filho no seu primeiro ano? Sou a favor. Doação total, sacríficios, priorizar sempre o filho de 5 anos? Hum, aí depende..."

E pra mim maternidade ativa e consciente é isso: EQUILÍBRIO! Não vejo a maternidade ativa e consciente como uma teoria onde o filho SEMPRE é colocado em primeiro plano, haja o que houver, não importanto o bem estar e felicidade da mãe contanto que o filho esteja feliz! Mesmo porque, pra mim, por trás de um filho feliz há sempre uma mãe feliz! Ninguém é capaz de maternar 100% se não se sente bem, ninguém pode se doar plenamente se isso lhe causa desprazer! E por isso mesmo chama-se maternidade ativa e CONSCIENTE, pois  precisamos pensar e ponderar sobre nossa doação, sobre o quão válido é ficar 24h a disposição do filho se vc já não o faz com prazer, se se sente sobrecarregada, mal humorada, sem tempo real ao lado dele, utilizando a TV de babá! Pois sim, filhos são maravilhosos e algo unico em nossas vidas, mas não é fácil, criar os filhos exige o máximo de nós e é muito mais duro do que imaginamos!

Maternar é tentar dar o seu melhor sempre, é se informar, seguir seu instinto, pensar e repensar antes de tomar qq decisão (já que ela  não terá consequências somente sobre vc), é não aceitar tudo o que lhe falam ou querem vender, é questionar o tempo inteiro, é ser durona e manteiga derretida ao mesmo tempo; mas também é saber respeitar seus próprios limites, é viver com os filhos e não para eles, é entender que os filhos são parte da sua vida, e não A sua vida (afinal vc já existia antes deles), é criar sua própria felicidade e não depositar neles a sua felicidade!

Mas não me acho "menos mãe" por colocar essa postura em prática, e delegar algumas funções, como por exemplo ter colocado meu filho aos 11 meses na escola por meio período sem estar trabalhando. Tá certo que muitas podem me julgar menos mãe por isso, mas eu não sinto culpa nenhuma, pois naquele momento eu aceitei que precisava de ajuda, que ficar 24h por dia com ele não faria de mim uma mãe melhor se eu não pudesse estar realmente com ele, se eu não pudesse estar a disposição plena dele! Do que adiantaria ele passar todas as tardes (período em que vai pra escola) ao lado de uma mãe mal humorada, cansada, cheia de afazeres domésticos, sem paciência e que usaria a TV de babá? Uma mãe que ficaria frustrada cada vez que a soneca da tarde fosse menor do que o esperado, que estaria sem paciência para brincar, pular e dançar?  Na mesma linha de raciocínio tb não me considero "mais mãe" por ter amamentado exclusivamente por 6 meses, por ainda amamentar depois de mais de 1ano e 2 meses, por nunca ter negado colo, por não saber mais o que é vida noturna, por nunca ter passado uma unica noite que fosse longe dele, por ter feito cama compartilhada e ainda fazer sempre que julgar necessário, por jamais tê-lo deixado chorar sozinho no berço para aprender a dormir, por nunca ter lhe dado papinha industrializada, por me preocupar com a alimentação dele para que ela seja o mais natural possível, por priorizar as vontades dele todas as manhãs desde que ele entrou na escola, e por aí vai.  Fiz e faço isso com prazer, porque é assim que sei ser mãe, não existe outro jeito pra mim! Me considero apenas Mãe, pois não sou nem mais nem menos o tempo todo, procuro sempre achar o equilibrio, procuro praticar a teoria do lado a lado agora que, ao meu ver, a fase em que ele era prioridade absoluta, independente da minha vontade, passou.

Pra mim maternidade ativa e consciente é saber ponderar e viver plenamente cada uma das fases ao lado de seus filhos, e saber qdo é tempo de dedicação e doação total e qdo é chegado o momento de se reestabelecer o equilibrio, e assim colocar as necessidades de todos lado a lado, colocar a mesma medida para as minhas vontades, as do meu filho e as do meu marido, afinal somos uma família, estamos todos no mesmo barco!

 "Minha responsabilidade é permitir que eles cresçam saudáveis e seguros, e se tornem adultos com autonomia e ferramentas para buscarem  a própria felicidade. Somos uma família, um time, vamos juntos. É uma relação cheia de amor, de afeto e de cuidado, mas que entende que cada indivíduo tem o seu espaço. "
 
E para finalizar uma estorinha escrita pela Mariana em um post que foi um divisor de águas na minha vida, um post que me fez pensar e refletir e então aceitar que eu não preciso ser super para ser a melhor mãe que meu filho pode ter!

" Era uma vez uma montanha muito alta. Lá no topo, com uma vista fantástica, estavam as minhas crianças. Cá embaixo, quase no chão, nós, os pais. Só que não estava dando muito certo. As crianças são importantes, mas nós também, ué. Então tiramos as crianças do topo e fomos, todos juntos, para uma clareira um pouco mais embaixo. Agora toda a família está junta, não tããão lá em cima, mas no alto o suficiente para a vista do horizonte continuar sendo bem bonita. Não mais a vista espetacular que era exclusividade das crianças, mas uma bela vista que a família inteira compartilha"








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