segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Auto-boicote materno

Nós mães temos a terrível idéia de achar que não basta ser mãe, tem que ser super mãe! Acreditamos que ninguém é capaz de fazer como  nós fazemos e nos tornamos cada dia mais exigentes nos cuidados com nossos pequenos, e é aí que mora o perigo, ou melhor o auto-boicote materno.

Vira e mexe me pego reclamando que tô cansada, com olheiras, com os braços doloridos, precisando de uma noite ineira de sono... Mas será que qdo a ajuda vem estamos prontas para aceitá-la? Será que estamos prontas para admitir que não somos as únicas capazes de cuidar de nossos filhos?

Realmente sinto que depois de 4 meses de maternagem exclusiva estou precisando de algumas horinhas só minhas durante a semana, precisando daquele momento mulherzinha: fazer unha, escova, folhear revista caras, conversar com as amigas sobre algo que não seja fralda, noites mal dormidas e o que meu filho aprendeu na última semana... Sinto que ainda não estava preparada para ir a qq lugar que fosse sem meu filhote a tira colo, mas aos poucos estou tentado me acostumar com isso, e ir achando 1h por semana que seja para essas futilidades altamente necessárias na vida de qq mulher. Ainda bem que para isso posso contar com meu maridão! Mas ainda assim não é fácil... O Gui é um super paizão, dá banho, troca fralda, faz dormir, passeia sozinho com o Lucas, brinca com ele e ainda assim tenho que confessar que muitas vezes eu me controlo para não dar palpite demais nesses momentos de pai e filho, e procuro entender que o Gui tem o jeito dele de fazer as coisas e que obviamente não é do meu jeito, e que eu não sou a única pessoa capaz de fazer o Lucas parar de chorar. Confio cegamente no Gui em relação ao Lucas, sei que  nós dois estamos em completa sintonia em relação a como queremos criar nosso filhote e ao que queremos oferecer para ele, e ainda assim só consegui sair sozinha por duas vezes, sendo que uma delas foi por necessidade, e desse modo por livre e espontanea vontade de ter uma horinha só pra mim eu consegui sair uma única vez!!! Mas estou tentando, esse com certeza é o novo objetivo: fazer com que a minha hora semanal se torne uma rotina, e assim vencer o primeiro nível de auto-boicote materno, o de que pai tb sabe cuidar ;o)

Mas e qdo a ajuda tem que vir do lado de fora das paredes do nosso lar doce lar? Para essa mudança eu realmente ainda não me sinto preparada... Talvez o fato de saber que eu não tenho uma data de vencimento para a minha licença maternidade acaba tornando essa situação um pouco mais difícil pra mim. Não consigo imaginar deixar meu filho sozinho com alguém que não seja o pai, mesmo que esse alguém seja minha mãe, minha sogra ou qq outra pessoa de minha inteira confiança! O ponto não é nem se vão cuidar direito do meu filho, pq isso eu tenho certeza que vão. A questão é seu EU vou conseguir ficar longe do meu pequeno de 4 meses que ainda mama exclusivamente no peito! A sensação que tenho é a de que eu vou ficar ligando de meia em meia hora parar saber se ele está bem, e daí o propósito de se divertir e relaxar por algumas horinhas com o maridão vai perder completamente o propósito... Esse é o segundo nível de auto-bocoite materno e que em algum momento eu vou ter que acabar enfrentando, afinal nossos filhos são do mundo e pai e mãe são um casal, né?! A verdade é que essa é uma questão ainda bem difícil pra mim e que eu preciso trabalhar melhor, pois vai chegar um momento em que vou ter que deixar o Lucas com alguém que não seja o Gui.

Entender que eu preciso sim de um pouco de ajuda e que não preciso ser super mãe para ser a melhor mãe do mundo para o meu filho é algo que eu nunca imanginei que seria uma angústia nessa minha maternagem, afinal mãe tb é gente e merece um descanso sem ficar checando o celular a cada 5 min!

E vcs mamães leitoras desse blog, como é que conseguiram parar de se autosabotar e arrumar tempo só pra si sem se corroer de culpa?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ninguém me disse...

Inspirada num post do MMqD, resolvi escrever tb algumas coisas que ninguém me disse!


Sendo assim, ninguém me disse...

- que eu poderia inchar a ponto de ficar irreconhecível
- que o parto poderia não ser como eu sonhei
- que pra quem idealizou um parto natural ter que fazer uma cesariana, mesmo que necessária, iria deixar uma cicatriz que iria muito além da física
- que se eu fizesse uma cesariana eu não iria conseguir deitar por 15 dias muito menos segurar meu filho no colo estando de pé durante esses 15 dias
- que se eu não tivesse hemorróidas durante a gravidez com certeza teria depois do parto
- que por mais que eu passesse óleo as estrias apareceriam de qq jeito
- que o amor que eu iria sentir por ele ia ser tão grande que chegaria a doer dentro do peito
- que amamentar é muito mais que instinto, que exige vontade e perseverança e que por mais que seus seios não rachem ainda assim vai doer por pelo menos umas 2 semanas
- que enquanto ele mamasse em um seio o outro iria começar a encher de leite e que isso iria doer demais no início
- que se eu não perdesse a libído durante a gestação com certeza iria vê-la ir embora depois que o bb nascesse
- que a definição de a barriga vai ficar molenga depois do parto passa longe da correta, a barriga fica indescritível
- que se meu cabelo era lindo e sedoso durante a gravidez agora ele é opaco e quebradiço
- que eu deixaria de ser a Bárbara para virar exclusivamente a mãe do Lucas, sem saber qdo vou conseguir conciliar as duas
- que eu passaria o dia de pijama sem nem mesmo notar
- que muitas vezes eu ia ter vontade de sair correndo
- que escovar os dentes só depois do meio dia ia ser algo absolutamente rotineiro, mesmo tendo acordado às seis da manhã
- que eu nunca mais iria pentear o cabelo ao acordar
- que encontrar um pediatra não é tarefa fácil, que é quase tão difícil qto um obstetra humanizado
- que é normal o bb dormir na cama com os pais para que assim todos consigam umas 4h seguidas de sono de vez em quando
- que eu nunca mais ia dormir profundamente
- que a primeira vez que o bb dormisse a noite inteira não significava que eu ia tb, já que iria passar a noite toda fazendo checagens a cada 1h para ver se ele estava respirando
- que eu sempre iria me culpar toda vez que o bb tivesse gases ou cólicas
- que o bb choraria pq está digamos entediado e eu nada poderia fazer além de pegá-lo no colo, ficar calma pra não chorar junto e tentar acalmá-lo
- que por traz de um filho feliz há sempre uma mãe com olheiras
- que por mais que meu marido ajude eu sempre vou achar que ele poderia fazer mais
- que o bb poderia ser viciado em colo
- que eu teria vontade de largar ele chorando no berço e no segundo seguinte me corroer de culpa
- que toda vez que eu ficasse cansada e sem paciência meu filhote ia dar um sorriso lindo que ia me tirar o chão e fazer eu me sentir a pior mãe do mundo por ter cogitado não pegá-lo no colo
- que o único exercício que eu conseguiria fazer por tempo indeterminado seria levantamento de Lucas
- que aquela calça jeans para gestante seria a unica que ainda me serviria durante os 40 dias pós parto e que depois disso eu teria que comprar uma nova, pois as 38 ainda vão demorar um bom tempo para servir outra vez
- que esse papo de amamentar emagrece é conversa fiada já que a fome que vc sente é tão grande que compensaria facilmente toda energia gasta no processo
- que meu marido ia me olhar com cara de "pra onde vai toda essa comida" enquanto janta comigo
- que eu ia perder o glamour e nunca mais me achar sexy
- que a louça sempre iria se acumular na pia, não importa qtas vezes eu lave
- que minha casa nunca mais seria a mesma, pois existem inúmeros brinquedos, carrinho, cadeirinha e chocalhos espalhados por ela
- que eu iria me tornar a minha própria mãe
- que eu ia ser uma mãe completamente diferente daquela que eu idealizei durante a gravidez
- e que apesar de todo o trabalho e cansaço ser mãe foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida e que por esse pequeno eu procuraria ser um ser humano melhor a cada dia!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

3 meses

Há 3 meses minha vida se tornou mais colorida, há 3 meses compreendi o real significado de amor incondicional, há 3 meses acordo tentando ser um ser humano melhor a cada dia. Hoje meu filho vc completa 3 meses de vida, 1/4 do seu primeiro ano de vida e metade do período de amamentação exclusiva e em livre demanda. parece que foi ontem que fui internda, ontem que senti as primeiras contarções e ontem que para o seu bem estar eu fiz uma cesariana. Mas tudo isso foi há 3 meses atrás meu filho, e vc não faz idéia como desde então meus dias são mais felizes.

Hoje meu filho vc cumpriu mais um ciclo nessa longa jornada da vida. Dizem que os 3 primeiros meses são os mais difíceis na vida de pais e filhos, que são um período de adaptação mútua, que esse período nada mais é que o quarto trimestre da gestação, e que o bebê precisa se lembrar do útero a todo momento para que se sinta seguro e calmo, pois durante esses 3 primeiros meses vcs se parecem muito mais com o feto que estava dentro da barriga do que com os bebês mais velhos, já que passam a maior parte do tempo dormindo ou se alimentando.

De forma alguma vc foi um bebê "difícil", nos adaptamos um ao outro de uma forma bem tranquila e harmônica, com mamãe sempre respondendo ao seu choro e tentando da melhor maneira possível compreender o que vc queria. E essa estória de quarto trimestre realmente faz sentido, pois vc sempre respondeu positivamente a técnica dos 5S - 1. Swaddling (embrulhar o bebê apertadinho), 2. Side/Stomach (posição de lado), 3. Shhhh Shhhh – O som favorito do bebê, 4. Swinging (balançar) e 5. Sugar.  Vc não teve cólicas, refluxo, gases, dificuldades em fazer cocô, é bem verdade que no começo vc se irritava com tantos puns e cocôs (rs), mas isso nunca foi um problema maior e acordava cerca de 2 vezes por noite, o que podia ser considerado dormir a noite toda para um bebê de sua idade onde o comum era acordar a cada duas horas, dando uma média de 5 vezes por noite.

Na maioria das vezes seu choro significava fome/sede, algumas poucas era uma posição incomoda, frio, calor ou apenas vontade de sentir o calor do corpo da mamãe ou do papai. Durante os primeiros 40 dias vc basicamente dormia e se alimentava. Até que então começou a sorrir e a interegir com a mamãe e o momento da amamentação já não mais apenas o momento de ser alimentado, era muito mais do que isso, passou a ser uma troca de carinho, de olhares e a cada dia nossa cumplicidade e confiança um no outro aumentava.

Hj, ao final desses 3 primeiros meses, vc já se comunica de outras formas que não o choro, dorme quase a noite toda e qdo acorda para mamar de madrugada não faz chorando, mas sim chamando a mamãe emitindo sons característicos. Vc tem o sorriso mais lindo do mundo e há 3 dias atrás deu sua primeira risada ;o). Conversa bastante tb, e é capaz de manter um diálogo de aus e agus por longos minutos com a mamãe. Cada dia ao seu lado é uma nova descoberta, um novo aprendizado.

Bem vindo ao quarto mês meu filho!

Amo você,

Mamãe