quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Acordando de noite, como reagir ao choro do bebê

Esse é mais um dos brilhantes textos que encontrei no "Soluções para noites sem choro": Mistaken Approaches to Night Waking, escrito pelos autores do livro Sweet Dreams: A pediatrician's secrets for your child's good night's sleep. Paul M. Fleiss, M.D., M.P.H., F.A.A.P. Frederick M. Hodges, D. Phil., Lowell House, Los Angeles, 2000.

O texto fala sobre as atitudes equivocadas as quais muitos pais são orientados a tomar pelos "especialistas do sono" e pediatras de confiança.

A verdade é que se o bebê chora é pq ele precisa de vc caros papais e mamães! Seja por fome, sede, sonho ruim, incomodo, frio, calor, necessidade de carinho, aconchego, para se sentir protegido, entre outras tantas razões. Nosso dever como pai e mãe é confortá-lo e dar o nosso melhor para que nosso filho se acalme e possa voltar a dormir tranquilamente.  O choro do bebê indica que ele é incapaz de resolver o problema sozinho e precisa da ajuda dos seus pais. Como é que um bebê em stress emocional e chorando pode sozinho encontrar conforto?

Como diz o texto "Os bebês não choram porque não têm nada melhor para fazer ou porque estão tentando irritar seus pais. Choram porque estão em aflição real. Quando seu bebê chora, está chamando você. Está pedindo seu auxílio da única maneira que sabe. Apesar de tudo, uma criança que acordou de noite e começa a chorar pode estar doente, em desconforto, em perigo, ou com dor. Você não poderá avaliar a situação até que vá até seu bebê e pegue-o em seus braços."

Por isso pais, peguem sim seus filhos no colo e atendedam aos seus chamados seja a hora que for, por mais desgastante que isso possa ser. Com certeza vcs serão recompensados, seus filhos num futuro terão uma ligação emocional muito mais forte com vcs, pois desde de pequenos aprenderam que podem contar com vcs, que vcs sempre estarão presentes e ao lado deles!

O texto na íntegra:

A idéia, muito comum nesses dias, de que bebes podem ou devem aprender a confortar a si mesmos, sem nenhuma interação física ou emocional dos pais, é incorreta.

A melhor e mais efetiva maneira de ensinar uma criança a pegar no sono por si só após acordar no meio da noite, é os pais sempre demonstrarem sua dependência e disponibilidade quando a criança era um bebê. De outra forma, o distúrbio emocional que o bebe sofre como resultado de um evento traumático que resultou na causa dele ter acordado em primeiro lugar pode ser misturado com o terror e frustação de se sentir abandonado e não-desejado.

Se o bebê aprende que sua mãe virá ajudar a cada vez que ele acorda em agonia e chora por ela, ele tem mais chances de se desenvolver numa criança cheia de segurança e confiança, que terá a capacidade de avaliar e controlar suas próprias acordadas no meio da noite, sem envolver os pais sem necessidade.

Nunca é demais enfatizar que um bebê ou criança privada de suporte emocional quando precisava ou queria, corre o risco de se tornar uma criança instável emocionalmente e eventualmente um adulto instável. Somente benefícios podem ser conseqüência de se acariciar e aconchegar com seu bebê não importando quando ele precisar. Num mundo perfeito, o bebê receberia automaticamente toda atenção que precisa sem mesmo ter que pedir por isso.

Eu sei como é duro para alguns pais aceitarem esse modo de pensar. Porque vai diretamente contra aos conselhos que muitos pais americanos tem dado nas últimas gerações. É geralmente difícil para os pais, que foram eles mesmo privados de carinho e suporte emocional da parte dos próprios pais quando eram bebês, dar suporte e conforto físico a suas crianças. Eles também podem se sentir desconfortáveis segurando o bebê ou lidando com as exigências emocionais da criança.

Muitos anos atrás, eu tinha uma vizinha que era muito inteligente, sensível e bem sucedida. Ela e o marido tiveram uma bebê muito bonita, e, naturalmente, queriam o melhor para ela. O pediatra da bebê era muito prestigiado na cidade. Quando o pediatra preveniu a mãe que ela não deveria nunca pegar o bebê no colo quando ela chorasse, senão poderia "estragá-la", e quando ele a aconselhou a nunca alimentar o bebê exceto em intervalos de 4/5 horas, ela seguiu aqueles conselhos errôneos palavra por palavra. Essa mãe tinha as melhores intenções para com sua filha. Ela queria fazer a coisa certa, mas os conselhos que foram dados a ela eram tão errados que resultaram exatamente nos efeitos OPOSTOS. A pobre bebê passou a maior parte do tempo chorando inconsolavelmente e sozinha no berço. Isso foi o que o doutor mandou fazer.

Sua filha sobreviveu, e cresceu uma mulher bonita, mas também cresceu se tornou uma jovem emocionalmente instável, distante, e insegura, cujas relações problemáticas com sua mãe eram uma fonte de dor e mágoa para ambas. Infelizmente, esse cenário é muito típico. Tantos adultos são criados por pais inteligentes e cheios de boas intenções, mas a quem foram dados péssimos conselhos por profissionais que também aprenderam em livros medicos cheios de erros e aulas com conselhos ruins. Por sorte, esse tipo de ensinamento "anti-criança& está sendo desafiado, contestado e cientificamente analisado.

Isso, então, nos leva ao assunto muito importante do choro. Esse é um tópico de muita importância para muitos pais, e muitos muitos têm ouvido vários conselhos que estão em conflito, que se contradizem. Vou contar-lhes meu modo de abordar esse assunto, que tem base inteiramente na filosofia que reconhece as genuínas necessidades emocionais e físicas de crianças nessa situação, e procura apoiá-los de uma maneira carinhosa, amorosa e científica.

Por causa da publicidade que esse assunto tem gerado, "especialistas de sono" tem surgido para dar aos pais dois tipos semelhates de tratamentos - dos quais ambos são inaceitáveis a pais que param para pensar e refletir.

O primeiro desses "tratamentos" equivocados é o famoso "visitas com tempo determinado" ou "metodo Ferber",[3] também conhecido com "extinção", que tenta usar condicionamento de comportamento para ensinar crianças a "silenciar a si mesmas". Eu acho que é instrutivo observar que o termo assustador "extinção" se refere ao processo de ignorar o choro do bebê durante a noite e se recusar a confortá-lo. O que é estranho é que as pessoas que defendem ignorar o choro do bebê é que usam esse termo [4] As conotações negativas desse mundo nos dizem que essa pratica é incompatível com pais responsáveis e carinhosos.

Quando uma criança acorda e chora, os "advogados" da extinção falam aos pais para entrar no quarto do bebê e checar se o bebê não está em perigo "real". Eles podem consolar o bebê com palavras, mas estão proibidos de amamentá-lo, ou dar qualquer tipo de conforto físico. Então os pais são instruídos a sair do quarto, mesmo que o bebê ainda esteja aflito e chorando. Contra seu melhor julgamento, os pais são ordenados a "deixar o bebe chorar" até que ele volte a dormir de exaustão. Se o bebê ainda estiver chorando após 5 minutos, os pais podem voltar de novo, mas eles não podem tocar no bebê. Eles então saem do quarto novamente. Se o bebê ainda chora após 10 minutos, os pais podem voltar. Se o bebê ainda estiver agoniado após 15 minutos, eles podem voltar rapidamente, mas então dever deixar o bebê sozinho por 20 minutos, e assim vai. A cada noite, a duração de tempo antes dos pais voltarem ao quarto do bebê vai aumentando em 5 minutos.

Se formos acreditar nos relatos maravilhosos dos "advogados" desse método, é geralmente esperado que funcione após algumas poucas noites. O sucesso é medido pela relutância da criança em chamar os pais, até mesmo se ela acordar, precisar de ajuda, ou estiver traumatizada pelo medo. Se a extinção falha em atingir esses objetivos, os advogados aconselham os pais a esperar um mês e então tentar de novo.

Mesmo que esse método reprima o choro da criança aflita, precisamos nos perguntar se é realmente uma coisa boa. Os advogados da extinção ignoraram o impacto psicológico desse tipo de tratamento. Eles mediram o sucesso meramente pelo grau em que a criança foi silenciada. Ninguém até agora sabe o que acontece na mente de um bebê que foi sistematicamente ignorado e friamente intimidado dessa forma. Certamente, nenhuma pessoa razoável pode honestamente acreditar que um bebê pode entender que ele está sendo "treinado" a "confortar a si mesmo" ou a fazer a transição de um estado de agonia a um estado de relaxamento. Mas os adultos sabem por experiência própria que provavelmente não são capazes de aprender uma nova tarefa quando estão chorando ou num estado de stress emocional.

As necessidades de um bebê que chora são tão simples, e tão fáceis de suprir. Um bebê que chora para comunicar que precisa de toque, conforto, ou está com frio, precisa de proteção e amor, que só você pode dar. Porque alguém negaria um pedido tão simples e humano? É um carinho e uma palavra delicada algo tão duro que não podemos dar a uma criança que precisa? Eu pessoalmente acredito que nenhum pai normal, emocionalmente estável, colocaria seu precioso bebê nesse tipo de "condicionamento", a menos que tenha sido dolorosamente enganado. Algumas vezes eu receio que alguns pais possam ser levados incorretamente a pensar que seus bebês são somente uma forma de animal de estimação, como um cachorro que pode ser treinado a obedecer e executar simples tarefas através de comandos. Bebês não são cachorros e não devem ser tratados como tais. Você não pode "treinar" um bebê a obedecer suas ordens. Um bebê chega a esse mundo "sabendo" exatamente quais são suas necessidades. Atender a essas necessidades de uma maneira inteligente, humana e amorosa é o único jeito de assegurar que seu filho vai progredir facilmente através dos estágios biológicos determinados do desenvolvimento humano.

O outro método popular que alguns "especialistas do sono" defendem é o método do "companheiro do sono". Se o bebê acordar no meio da noite e chorar, um dos pais é instruído a ir ao quarto do bebê e deitar em algum lugar do quarto, mas não na mesma cama. Uma melhoria no "comportamento de sono" é esperada após 3-4 noites. O bebê deve aceitar a "sentença" de sono sem protesto. De algum modo o bebê deve entender que os pais esperam que ele durma a noite toda. De alguma maneira o bebê tem que entender que, se ele acordar de noite porque está com sede por exemplo, ele precisa se lembrar que os pais ainda estão lá, e que eles ainda o amam, se ele acorda porque está com medo, um pesadelo ou algo assim, ele ainda tem que ficar quietinho e não pode incomodar ninguém.

Eu já fui em várias palestras e li os livros dos "especialistas do sono" que dizem que esses métodos funcionam em 80-90% dos casos, mas a minha própria experiência clínica com pais que vem ao meu consultório em Los Angeles demonstra que esses métodos são bem ineficazes e certamente não funcionam tão bem como os "especialistas" afirmam.

Respeitar a criança como se ele/ela fosse nada mais do que um animal a ser treinado é um erro grave. Nós realmente não temos a menor idéia de que tipo de danos estamos causando aos nossos bebês quando os tratamos mal dessa maneira. Quando um bebê não chama os pais quando tem alguma necessidade durante a noite, não é porque ele "aprendeu" um comportamento útil. É mais provável que ele simplesmente tenha desistido dos seus pais. Não vai ser atendido, então desiste. Mecanismos psicológicos de defesa levantam uma muralha entre o bebê e seus pais. Eu não consigo pensar em coisa mais triste que uma criança que não pode mais amar seus pais com medo de perturbá-los e, como resultado, tem medo e desconfiança deles. Na natureza, não existem espécies de mamíferos em que a mãe falha em responder imediatamente ao choro do seu bebê. Apesar de nossa inteligência superior, somente humanos podem ser persuadidos a colocar a saúde, felicidade e bem-estar de seus próprios filhos em perigo.

Pode ajudar aos pais lembrar que bebês e crianças prquenas são criaturas emocionais, e não racionais. Uma criança não pode entender perfeitamente porque você está ignorando seu pedido de ajuda, que veio através do choro. Ignorar o choro do bebê, mesmo com a melhor das intenções, pode fazê-lo sentir-se abandonado. O resultado é uma criança insegura e infeliz. Você não pode "estragar" uma criança se responder aos seus choros. Crianças são "estragadas" quando são ignoradas. Se eles não podem chamar sua atenção através dos meios usuais, eles irão tentar comportamentos desagradáveis para consegui-lo. Quanto mais você ignora suas crianças, mas desagradáveis os seus comportamentos se tornarão, e mais "estragados" eles vão ficar. A lição que estou ensinando é que você valoriza o mal comportamento mais do que o bom comportamento. Eu tenho certeza de que todos os pais vão perceber o quanto é indesejável que uma criança aprenda este tipo de lição.

Esperar que um bebê ou criança pequena que acorda e chora no meio da noite "conforte a si mesma" sem uma interação positiva e carinhosa dos pais é irracional e não-efetiva. Responder ao choro do bebê, confortá-lo, e amá-lo, ajudando-o a superar o que quer que o esteja incomodando, não é somente efetivo, é também a maneira certa de acalmar e confortar a sua criança para que ela possa voltar a dormir em paz. Um bebê que chora quer a presença do pai/mãe precisamente por saber instintivamente que a presença de um pai confortante é a solução para o problema. A menos que o pai se faça disponível ao bebê, o bebê não vai se acalmar. Bebês estão respondendo a necessidades biológicas que "especialistas de sono" ignoram ou negam.

É verdade que um bebê cujo choro é ignorado pode eventualmente voltar a dormir, mas o problema que o fez acordar permanence não-resolvido. Mesmo se os pais checaram tudo pra ter certeza de que o bebê não está doente ou em desconforto físico, ao menos que peguem o bebê no colo, interajam com ele de uma maneira carinhosa, confortem-no, amamentem-no, a causa do stress emocional continua. O stress emocional de um bebê não some se ele é simplesmente ignorado. Ele se multiplica e pode levar a disordens de longo prazo na relação entre pais e filhos. Responder às necessidades emocionais do seu bebê e interagir com ele, então, é a atitude ideal para os pais.

Lembre-se de que os bebês choram por uma razão. Nós não podemos sempre saber qual é a razão, e não podemos sempre resolver o problema, mas podemos sempre tentar. Se o bebê chora de noite, pode ser de fome, sede, pode estar doente, com frio, com calor, incomodado, agitado, se sentindo sozinho, ou com medo por causa de um pesadelo. Qualquer que seja o problema, o fato é que o choro do bebê indica que ele é incapaz de resolver o problema sozinho e precisa da ajuda dos seus pais. Vale também lembrar que os bebês choram somente como um último recurso, depois que todos os outros meios de tentar estabelecer uma comunicação com os pais falharam. O choro da criança quando ela acorda no meio da noite pode conseqüentemente representar uma intensificação do stress inicial que a fez acordar. Conseqüentemente, a aproximação de maneira sensível e carinhosa deve responder imediatamente ao choro da sua criança. Os bebês não choram porque não têm nada melhor para fazer ou porque estão tentando irritar seus pais. Choram porque estão em aflição real. Quando seu bebê chora, está chamando você. Está pedindo seu auxílio da única maneira que sabe. Apesar de tudo, uma criança que acordou de noite e começa a chorar pode estar doente, em desconforto, em perigo, ou com dor. Você não poderá avaliar a situação até que vá até seu bebê e pegue-o em seus braços.

Este artigo, original em inglês, pode ser lido em
http://www.nospank.net/fleiss2.htm -
Tradução: Andreia Mortensen



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Já não é mais necessário sempre chorar

Depois de do texto de ontem passei a compreender melhor algumas atitudes do Lucas e pude constatar que ele já se comunica e emite sons bem específicos dependendo do que quer! E devido ao fato de que eu e Gui nunca o deixamos chorando no berço hoje ele já sabe que não precisa  apenas chorar para se expressar, exatamente como o texto do post anterior diz.

Lucas está com pouco mais de 11 semanas ou cerca de 2,5 meses e já faz algumas semanas que ao acordar durante a madrugada ele já não chora de imediato. Acorda, fica balbuciano alguns sons e espera pacientemente por alguns minutos a mamãe se levantar, caso eu realmente demore ele começa a iniciar um choro. Eu achava que o fato dele não estar chorando significava que ele não estava precisando de mim, que havia acordado mas que estava tudo bem e que logo voltaria a dormir, e que se caso quisesse mamar ou simplesmente ser confortado ele iria começar a chorar. Por conta disso eu apesar de acordar com os gemidos e balbúcios dele, só me levantava da cama qdo ele iniciava um chorinho. Mas eu estava enganada ao achar que pq ele não chorava ele não estava precisando de mim naquele momento. A verdade é que eu sempre atendi aos chamados dele, e nunca o deixei chorando no berço e por conta disso ele aprendeu que não precisa chorar para me chamar, que basta ele emitir sons que eu lá estarei e o atenderei. Que ele pode começar a chorar caso não seja atendido depois de um tempo ou para expressar outras necessidades que não sejam fome ou sede. Eu já havia precebido que durante o dia qdo ele queria mamar ele expressava um som caracteristico qdo vinha para o meu colo. Sempre que ele está em meu colo e não faz esse som não adianta oferecer o peito que ele não aceita, o que ele quer é outra coisa. Esse mesmo som ele já emitia durante a madrugada qdo eu após pegá-lo no colo sentava na cadeira de amamentação e o posicionava. Agora ele já não chora mais como antes enquanro espera eu arrumar o peito, pois aprendeu que toda vez que ele está naquela posição vai ser alimentado em poucos segundos, e por isso apenas emite esse som característico para expressar sua ansiedade por conta do que está por vir. Mas os sons emitidos durante a madrugada eu ainda não havia compreendido bem o significado, mas agora sei que é ele me chamando!

Estou muito feliz comigo mesma por sempre ter respondido ao seu choro pacientemente, fosse a hora que fosse, pois nesse momento recebo a recompensa! Sei que meu filho está se desenvolvendo, está aprendendo, e está se comunicando conosco por outras formas que não o choro, que emite sons característicos dependendo do que quer. E nesse momento eu percebo que valeu a pena entrar de cabeça nessa tal maternidade,  e que ser mãe é mesmo tudo de bom; pois ver seu filho crescer a cada dia e ser parte desse estória realmente não tem preço ;o)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Deixar o bebê chorar? JAMAIS!

O post de hj foi escrito pelo Dr. Sears, um conceituado pediatra americano. O texto é simplesmente fantástico e explica por A + B pq não devemos deixar nossos bebês chorando sozinhos no berço para acalmar. Com certeza esse é o mais inútil de todos os conselhos que alguém poderia dar para uma mãe! Como ele mesmo diz bebês choram para comunicar - não para manipular!

A melhor parte pra mim é "não é somente para o bebê que o choro tem um propósito maravilhoso; é também muito útil para os pais, especialmente para mãe. Quando uma mãe ouve seu bebê chorar, o fluxo de sangue aumenta em direção aos seios, acompanhado de uma compulsão biológica imensa de pegar o bebê e amamentá-lo. (amamentar no sentido de confortar, não somente de alimentar). Como um bônus biológico, os hormônios maternais liberados quando o bebê amamenta relaxam a mãe, então ela fica menos tensa e mais cuidadosa em resposta às necessiaddes do bebê. Essas mudanças biológicas - parte do propósito da comunicação mãe-bebê - explicam porque é fácil para alguém de fora aconselhar a deixar seu bebê chorando, mas é muito difícil para você fazer isso. O conselho é contra-produtivo e não é biologicamente correto."

Abaixo o texto na integra.

"No topo da minha lista de conselhos inúteis, está um que todos os pais praticamente ouvem, é deixar o bebê chorar para dormir. Para ver como esse conselho é ignorante, vamos analizar cada palavra nessa relação mamãe-bebê"

"Se pelo menos o meu bebê pudesse falar em vez de chorar eu saberia o que ele quer" diz Janet, mãe de um bebê exigente e choroso. "Seu bebê pode falar", nós dizemos. "A chave para entender é aprender a ouvir. Quando você aprende a lingüagem especial do choro do seu bebê, você será capaz de responder sensivelmente. Aqui algumas dicas que ajudarão a descobrir o que o seu bebê está tentando dizer com o choro.

O choro não é apenas um som, é um sinal, projetado para a sobrevivência do bebê e desenvolvimento dos pais. não responder ao choro faz com que ambos, bebê e pais, percam. Vejam porque. Nos primeiros meses de vida, bebês não conseguem verbalizar suas necessidades. Para preencher essa lacuna até que o bebê possa falar sua lingua, bebês têm uma linguagem única chamada "choro".

Bebês sentem uma necessidade, como fome ou necessidade de ser confortado quando angustiado, e essa necessidade desencadeia um som que chamamos choro. O bebê não pensa na sua cabecinha: "São 3 da manhã, e eu acho que vou acordar mamãe para um leitinho". não! Esse raciocínio defeituoso está pondo uma interpretação de adulto na cabeça de um bebezinho. Além disso, bebês não têm a capacidade mental de entender porque os pais responderiam ao seu choro às 3 da tarde mas não às 3 da manhã. O choro do recém-nascido está dizendo: Eu preciso de algo, alguma coisa não está certa aqui. Por favor me ajude a consertar."

Um dos conselhos mais ouvidos, e um dos piores, é "deixe seu bebê chorar sozinho"!. Para ver como é inútil e até perigoso esse conselho, vamos analizar cada palavra na relação mamãe-bebê.

"Deixe seu bebê". - Alguém que não tem conexão biológica com seu bebê, não o conhece nem investe nada nele, e nem está lá às 3 da manhã quando o bebê chora, tem a coragam de te aconselhar como responder (ou não) ao choro do seu bebê. O choro tem um propósito maravilhoso. Considere o que aconteceria se o bebê não chorasse.

Ele está com fome mas não acorda ("Ele dorme a noite toda, vangloriam-se pais de um bebê treinado a dormir com o método do choro). Ele está com dor, mas não comunica a ninguém. Essa falta de comunicação é conhecida no fim como "falência para prosperar" "Prosperar" significa não somente ganhar peso, mas crescer ao máximo potencial emocionalmente, fisicamente e intelectualmente.

"Chorar" - não é somente para o bebê que o choro tem um propósito maravilhoso; é também muito útil para os pais, especialmente para mãe. Quando uma mãe ouve seu bebê chorar, o fluxo de sangue aumenta em direção aos seios, acompanhado de uma compulsão biológica imensa de pegar o bebê e amamentá-lo. (amamentar no sentido de confortar, não somente de alimentar). Como um bônus biológico, os hormônios maternais liberados quando o bebê amamenta relaxam a mãe, então ela fica menos tensa e mais cuidadosa em resposta às necessiaddes do bebê. Essas mudanças biológicas - parte do propósito da comunicação mãe-bebê - explicam porque é fácil para alguém de fora aconselhar a deixar seu bebê chorando, mas é muito difícil para você fazer isso. O conselho é contra-produtivo e não é biologicamente correto.

"Chorar"" - Considere o que exatamente é isso. "Deixar chorar" é um hábito adequado? Provavelmente não, porque para os bebês chorar não é um ato de diversão. E, ao contrário do pensamento popular, chorar não é "bom para os pulmoes do bebê". Essa crença não é fisiologicamente correta. O choro é uma necessidade emocional e física. Algo não está certo e o único jeito do bebê nos falar é pelo choro, nos pedindo para "consertar". Nos primeiros meses, considere os choros do bebê com um sinal de alguma necessidade - comunicação, e não manipulação.

Dica aos pais: bebês choram para comunicar - não para manipular.

"Sozinho" - O que isso significa de verdade? O que acontece para o bebê, para os pais e para a relação entre eles quando um bebê é deixado chorando sozinho? Uma vez que o choro é a linguagem do bebê, uma ferramenta de comunicação, o bebê tem duas escollhas se ninguém o escutar. Ele pode chorar mais e mais alto, mais forte, e produzir sons bem perturbadores, ou ele pode se calar e se tornar um "bom bebê " (significando "quieto"). Se ninguém escutar, ele vai se tornar um bebê muito desencorajado. Ele vai aprender uma coisa que você não quer que ele faça: vai aprender que ele não pode se comunicar.

O bebê perde a confiança no valor do seu sinal do choro - e talvez também perca confiança na correspondência das pessoas que tomam conta dele. Não somente o sinal vital do bebê se "perdeu", mas um ingrediente importantíssimo na relação pais-filhos se perde também - a sensibilidade! Quando você responde intuitivamente às necessidades do seu bebê, quando você trata o choro como uma "pista":- bebê chora, você responde, e faz isso centenas de vezes nos primeiros meses, o bebê aprende a dar a "pista" melhor (o choro se torna menos e menos ruidoso e adquire uma qualidade comunicativa como se o bebê aprendesse a "falar melhor"). Do outro lado da moeda da comunicação mãe-bebê, você aprende a "ler" o choro do seu bebê e a responder apropriadamente (sabendo quando dizer "sim" e quando dizer "não" e o quanto você precisa ser rápida).

Com o tempo você aprende a razão fundamental da sensibilidade ao choro: ler a linguagem corporal do bebê e responder aos seus sinais ANTES do choro, de maneira que o bebê nem sempre terá que chorar para comunicar uma necessidade.

Agora vamos analisar o que acontece quando você "endurece seu coração" e vê o choro do bebê como controle e não como uma ferramenta de comunicação, e ignora o choro do bebê. Quando você vai contra seus instintos biológicos, você se desensibiliza a si mesma em relação aos sinais do bebê e suas respostas instintivas.

Eventualmente, o choro passa a te perturbar. você perde a confiança nos sinais do bebê, e perde a confiança na sua própria habilidade de entender a linguagem primitiva do bebê. Uma distância cada vez maior ocorre entre você e o bebê, e você corre o risco de se tornar o que os pediatras chamam de: doutor-me-diga-o-que-fazer. Você lê um livro em vez de ler o seu bebê. Então, não ouvir e responder com sensibilidade ao choro do bebê é uma situação em que todos perdem. O bebê perde a confiança nas pessoas que tomam conta dele, e quem toma conta dele perde a confiança na sua própria sensibilidade.

A mãe perdeu a confiança nela mesma. Para ilustrar como uma mãe pode enfraquecer o dom natural da sensibilidade ao bebê quando ela se deixa levar por conselhos errados, uma mãe veterana recentemente nos contou essa história.

"Eu fui visitar minha amiga que teve bebê. Enquanto estávamos falando, sua bebê de 3 semanas de vida começou a chorar em outra sala. O bebê continou chorando, mais forte e mais alto. Eu estava quase me levantando e indo eu mesma confortar o bebê. O choro do bebê não a incomodou, mas incomodava a mim. Meus seios quase começaram a jorrar leite! Ainda assim minha amiga parecia não ouvir os sinais do bebê. Finalmente, eu não consegui aguentar mais e disse: "Tudo bem, vá lá atender seu bebê, nós podemos conversar mais tarde" Ela respondeu, "não, ainda não é hora de mamar". Sem acreditar, eu perguntei: "Mary, onde foi que te deram esse conselho tão prejudicial?" "Numa aula de treinamento de bebês na igreja," ela insistiu orgulhosa. "Eu quero que meu bebê aprenda que EU estou no controle, e não ele."

Essa mãe de primeira viagem, querendo fazer o melhor para o seu bebê e acreditando que estava sendo uma boa mãe, permitiu-se sucumbir aos profetas dos conselhos ruins, e estava perdendo toda a sua sensibilidade natural em relação ao seu bebê. Ela está começando sua carreira em maternidade com uma distância cada vez maior entre ela e seu bebê. O par mãe-filho estava se "desconectando".

Este artigo, original em inglês, pode ser lido em
http://www.askdrsears.com/topics/fussy-baby/letting-baby-cry-it-out-yes-no



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Humanização

Tá certo que Lucas já nasceu, mas a verdade é que eu nunca escrevi aqui sobre as dificuldades de se ter um parto descente e humanizado aqui no Brasil.



Acredito que a primeira difuculdade está em nós mesmos, pelo menos comigo foi assim. A maior barreira entre eu e um parto humanizado era eu mesma. Cheia de ideia erradas e pré-concebidas, simplesmente repetindo por aí as coisas que ouvia. Tinha pra mim bem no começo da gestação que a cesária com hora marcada era a melhor opção, afinal pra que "sofrer" as terríveis dores do parto? Que mulheres que tiveram parto normal só tem o segundo filho pq nosso organismo faz com que esqueçamos a tamanha dor que foi! Além do que tinha o risco de ficar toda flácida e com uma incontinencia urinária eterna!

Acho que por aí dá pra se ter uma ideia de quão grande era minha ignorância e quão grande foi a muralha que derrubei até saber que tudo isso era papo de mãe desinformada e que caiu na conversa do médico cesarista, sem nem ao menos se questionar e dar uma googlada por aí. Eu mesma estava indo por esse caminho, entregando minha gravidez de mãos beijadas para o médico, sendo totalmente passiva, até que encontrei a luz! E o mais engraçado é que quem ascendeu essa luzinha foi o próprio médico cesarista qdo eu perguntei a ele sobre parto normal. Ele veio com um discurso tão horripilante, me enchendo de medo que na hora eu parei e pensei, e vi que não fazia sentido! Afinal, evolucionista que sou, se fosse tão horrível assim a humanidade tinha acabado no meio do caminho, teríamos sido eliminados pela seleção natural, tamanha era a dor, o desgaste e as consequências de um parto natural. No mesmo dia dessa fatídica consulta, fui pela primeira vez em uma reunião do grupo Samaúma. Nem sabia o que era o Samaúma, achava que era apenas mais um grupo de gestantes, sentadinhas juntas falando sobre as dúvidas da maternidade e  da decoração de quarto de bebe. Tamanho engano... O Samaúma trata-se de um grupo sobre parto humanizado, que luta para que a mulher empodere-se e assuma o papel de protagonista do seu próprio parto e que tenha o direito de viver esse momento de forma humanizada e com dignidade, sendo respeitada e escutada nesse momento!

Saí de lá com a cabeça a mil, era tanta coisa nova, tanta informação errada e preconceituosa que eu tinha, e tantas dúvidas haviam surgido... Minha única certeza era a que eu queria aquilo pra mim, queria vivenciar meu parto, ser protagonista dele, trazer meu filho ao mundo através de um esforço conjunto meu e dele.

Sim, tudo é mesmo lindo no parto humanizado mas não é perfeito. E digo isso pq não é acessível a todas as mulheres que o desejam. Pois depois de vc vencer suas próprias barreiras vc tem que literalmente vencer o mundo! Primeiro as pessoas ao seu redor, pois quem não está dentro desse mundo humanizado dificilmente entende a opção por um parto natural, principalmente se ele for domiciliar. Aí sim é que vão te chamar de doida desvairada que está colocando em risco a vida do próprio filho, mal sabem essas pessoas que se sua gravidez é de baixo risco é até mais seguro nascer em casa longe do ambiente hospitalar, onde há uma chance até maior de infecções.  Sem contar a velha história de pra que sofrer com o parto natural e que essa coisa de não tomar anestesia só pode ser promessa sendo paga. A verdade é que a cesária dói e muito, e digo por experiência própria, e essa dor vai muito além da dor física, principalmente se vc é humanizada. E a briga mais ferrenha de todas é a contra o sistema. No Brasil infelizmente temos altíssimas taxas de cesárias, chegando na casa dos 80% se contarmos apenas a rede particular, sendo que a OMS recomenda uma taxa máxima de 15%. Além disso os partos vaginais feitos no Brasil em sua grande maioria são extremamente intervencionistas, seguindo um protocolo padrão de ocitocina na veia para o TP andar mais rápido, mulheres deitadas na cama e em jejum, estourar a bolsa logo caso a mesma ainda não tenha estourado, analgesia de rotina, episiotomia de rotina e até mesmo uso de fórceps de rotina em alguns hospitais, fora o fato de que a dilatação tem que a contecer rapidamente, caso contrário vc acaba em uma cesária de qq jeito. São raríssímos os lugares em que vc pode ter um parto natural e humanizado, onde vc possa escolher a posição mais confortável, onde as intervenções não são feitas de rotina, mas sim analisadas em cada caso. E mais raros do que os lugares são os profissionais que sabem assistir um parto humanizado. Sendo assim, em sua maioria eles não atendem pelo convênio, afinal um parto humanizado demanda tempo e dedicação,  e não é possível se atender a várias gestantes ao mesmo tempo, existe um número máximo para que cada uma tenha um atendimento intimista e se sinta segura ao lado do médico que escolheu, e o valor pago pelos convênios tanto por consulta qto por parto chega a ser rídiculo! E isso falando dos médicos, pq no caso das parteiras, que para quem não sabe são obstetrizes ou enfermeiras obstétricas, nem mesmo existe essa possibilidade de serem do convenio. Ou seja, vc tem que bancar do seu bolso, e infelizmente não é barato. E por mais que a maioria dos profissionais humanizados facilitem pagamento, a verdade é que a grande a maioria não tem condições de pagar. E muitos dos que teriam condições de pagar ficam em dúvida já que tem convênio e se questionam sobre o pq pagar se pode ser de graça (excessão para quem mora em Campinas, que só não paga se for com o plantonista!). Ou seja, ter um parto humanizado no Brasil é muito difícil mesmo e infelizmente nem sempre basta querer...

O bom é que esse movimento tem crescido cada vez mais, e cada vez há mais profissionais disponíveis (fato que barateia o custo) e tb mais hospitais abrindo espaço para a humanização, embora a parteiras ainda só possam atender em casa, o que é bem diferente do que acontece em países da Europa como França e Holanda, onde o médico só entra em cena em caso de gravidez de alto risco.

Quem acompanha esse blog sabe que infelizmente não pude trazer meu filho ao mundo através de parto natural, pois minha gravidez se tornou de alto risco e por mais que tenhamos tentado o PN não foi possível. Mas mesmo assim sou uma privilegiada em meio a tantas outras mulheres, pois tive a oportunidade de conseguir seguir dentro da minha escolha por uma parto humanizado, agradeço por naquele momento ter tido ao meu lado uma equipe linda e humanizada (obstetra, doulas e neonatologista) que tratou a mim e ao Lucas com todo o respeito e carinho que merecíamos, e que me permitiu vivenciar com alegria àquele momento.

A verdade é que só depende de nós mulheres lutar para mudar essa realidade no Brasil, para que um dia o parto humanizado seja a rotina e que cesárias só aconteçam qdo realmente necessárias.

E pra quem quiser se informar mais:
GAMA
Parto do princípio
Samaúma

Ou então dá um google para "parto humanizado", pois informação é o que não falta, basta apenas filtrar.

Empoderem-se!!!!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Será que tem prego no berço (de dia)?

Tá certo que Lucas é um santo menino! Não teve cólicas, mama super bem, é risonho e já dorme praticamente a noite toda, mas nem por isso ele não deixar de ser viciado em colo!

Durante a noite, depois das 23h ele aceita o berço que é uma beleza mas antes disso... Vai tentar dar uma folguinha pro seu braço pra ver se ele pára mais do que 20min lá dentro! Fora do colo só se for pra ficar no tablado conversando com a mamãe ou se for pra passear pelo condomínio no carrinho ou no caguru, e ah em dias de desapego ele aceita ficar na cadeirinha vendo Galinha Pintadinha! Agora qdo dorme é só colo mesmo!

Mamãe aqui já de acostumou, e se for pra escolher antes o vício em colo que as cólicas e prião de ventre! Sendo assim descobri que toda mãe tem que ter um pouco de polvo, e que uma mão faz muito mais coisas sozinhas do que se imagina!


domingo, 11 de setembro de 2011

Mil e uma utilidades

Pode ser que antes de se tornar mãe vc acredite que seu peito serve apenas para alimentar, mas como mãe eu posso te garantir que não! Te garanto que ele tem mil e uma utildades: é alimento, é água, é carinho, conforto, chupeta, lufital (sim todas vez que mama Lucas faz puns e mais puns), ajudante pro cocô sair, é contato, é cheiro, é chamego, é sonífero e por aí vai.

Afinal tá com fome, tá com sede, tá de manha, tá com sono, chama o amigo peito que ele resolve ;o)