quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Diga NÃO à violência obstétrica!

  O primeiro GO com quem me consultei aqui em Campinas era cesarista assumido e assim que perguntei sobre parto normal ouvi o seguinte discurso: que parto normal é coisa de antigamente e do interior do Brasil onde os médicos ainda chegam à cavalo e recebem pelo parto em frango, e que era tudo muito demorado.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amamentação, nem 5 meses e as reprovações já começaram

Duas coisas eram certas pra mim durante a gravidez: o parto natural e a amamentação exclusiva e em livre demanda até os 6 meses do Lucas. O parto natural infelizmente não ocorreu mas a amamentação está sendo um sucesso! E eu me sinto tão feliz e confiante em mim que ao final dos 6 meses o novo objetivo é a amamentação prolongada, primeiro até 1 ano e se tudo continuar dando certo até os 24 meses que é o recomendado pela OMS.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Batizar ou não batizar, eis a questão!

Fui criada como católica, estudei em escola salesiana, fui anjo na procissão de Corpus Christ, fui anjo durante a coração de Nossa Senhora (nunca fui escolhida para coroar ou colocar o cedro, quem fazia isso era sempre alguma filha de ministro da eucaristia, coincidênica?!). Qdo na adolescênia ia à missa todo domingo, mas muito mais para fazer um social do que pela religiosidade em si, cheguei até a ir a alguns Maranatás, que são aqueles encontros de finais de semana entre jovens para louvar a Deus (eu ia, afinal TODAS as minhas amigas iam, era uma festa só!)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Respeito, eu quero passar isso adiante!

Nunca fui uma pessoa passiva, na verdade sou até um tantinho estressada e pavio curto, entretanto JAMAIS deixei de tentar ser sempre uma pessoa melhor e de principalmente respeitar os outros, sempre tive a cosnciência de que o meu direito termina exatamente onde começa o do outro.

Agora que sou mãe mais do que nunca acordo querendo ser uma pessoa melhor, para dessse modo poder sempre ensinar o melhor para o meu filho, pois com certeza um dos meus objetivos nessa vida é fazer com que ele seja um ser humano melhor do que eu sou!

domingo, 6 de novembro de 2011

4 meses




No ultimo dia 03 meu pequenuxo completou 4 meses! 4 meses de muita fofurice, muito amor, muito chamego e muitas madrugadas dormidas na cadeira de amamentação, hehehe

1/3 do seu primeiro ano de vida e 2/3 do período de amamentação exclusiva e em livre demanda! É tá crescendo rápido esse meu bebezão e num piscar de olhos já vai estar se aventurando nas frutas e legumes, mas pode deixar que ainda tem muito tetê mágico pra vc!

Nunca imaginei que pudesse haver tanto mas tanto amor dentro de mim! Olhar pro Lucas é descobrir algo novo a cada dia, é ver meu próprio coração fora de mim!

Parabéns por mais esse mensário meu filho, mamãe te ama muito!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Auto-boicote materno

Nós mães temos a terrível idéia de achar que não basta ser mãe, tem que ser super mãe! Acreditamos que ninguém é capaz de fazer como  nós fazemos e nos tornamos cada dia mais exigentes nos cuidados com nossos pequenos, e é aí que mora o perigo, ou melhor o auto-boicote materno.

Vira e mexe me pego reclamando que tô cansada, com olheiras, com os braços doloridos, precisando de uma noite ineira de sono... Mas será que qdo a ajuda vem estamos prontas para aceitá-la? Será que estamos prontas para admitir que não somos as únicas capazes de cuidar de nossos filhos?

Realmente sinto que depois de 4 meses de maternagem exclusiva estou precisando de algumas horinhas só minhas durante a semana, precisando daquele momento mulherzinha: fazer unha, escova, folhear revista caras, conversar com as amigas sobre algo que não seja fralda, noites mal dormidas e o que meu filho aprendeu na última semana... Sinto que ainda não estava preparada para ir a qq lugar que fosse sem meu filhote a tira colo, mas aos poucos estou tentado me acostumar com isso, e ir achando 1h por semana que seja para essas futilidades altamente necessárias na vida de qq mulher. Ainda bem que para isso posso contar com meu maridão! Mas ainda assim não é fácil... O Gui é um super paizão, dá banho, troca fralda, faz dormir, passeia sozinho com o Lucas, brinca com ele e ainda assim tenho que confessar que muitas vezes eu me controlo para não dar palpite demais nesses momentos de pai e filho, e procuro entender que o Gui tem o jeito dele de fazer as coisas e que obviamente não é do meu jeito, e que eu não sou a única pessoa capaz de fazer o Lucas parar de chorar. Confio cegamente no Gui em relação ao Lucas, sei que  nós dois estamos em completa sintonia em relação a como queremos criar nosso filhote e ao que queremos oferecer para ele, e ainda assim só consegui sair sozinha por duas vezes, sendo que uma delas foi por necessidade, e desse modo por livre e espontanea vontade de ter uma horinha só pra mim eu consegui sair uma única vez!!! Mas estou tentando, esse com certeza é o novo objetivo: fazer com que a minha hora semanal se torne uma rotina, e assim vencer o primeiro nível de auto-boicote materno, o de que pai tb sabe cuidar ;o)

Mas e qdo a ajuda tem que vir do lado de fora das paredes do nosso lar doce lar? Para essa mudança eu realmente ainda não me sinto preparada... Talvez o fato de saber que eu não tenho uma data de vencimento para a minha licença maternidade acaba tornando essa situação um pouco mais difícil pra mim. Não consigo imaginar deixar meu filho sozinho com alguém que não seja o pai, mesmo que esse alguém seja minha mãe, minha sogra ou qq outra pessoa de minha inteira confiança! O ponto não é nem se vão cuidar direito do meu filho, pq isso eu tenho certeza que vão. A questão é seu EU vou conseguir ficar longe do meu pequeno de 4 meses que ainda mama exclusivamente no peito! A sensação que tenho é a de que eu vou ficar ligando de meia em meia hora parar saber se ele está bem, e daí o propósito de se divertir e relaxar por algumas horinhas com o maridão vai perder completamente o propósito... Esse é o segundo nível de auto-bocoite materno e que em algum momento eu vou ter que acabar enfrentando, afinal nossos filhos são do mundo e pai e mãe são um casal, né?! A verdade é que essa é uma questão ainda bem difícil pra mim e que eu preciso trabalhar melhor, pois vai chegar um momento em que vou ter que deixar o Lucas com alguém que não seja o Gui.

Entender que eu preciso sim de um pouco de ajuda e que não preciso ser super mãe para ser a melhor mãe do mundo para o meu filho é algo que eu nunca imanginei que seria uma angústia nessa minha maternagem, afinal mãe tb é gente e merece um descanso sem ficar checando o celular a cada 5 min!

E vcs mamães leitoras desse blog, como é que conseguiram parar de se autosabotar e arrumar tempo só pra si sem se corroer de culpa?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ninguém me disse...

Inspirada num post do MMqD, resolvi escrever tb algumas coisas que ninguém me disse!


Sendo assim, ninguém me disse...

- que eu poderia inchar a ponto de ficar irreconhecível
- que o parto poderia não ser como eu sonhei
- que pra quem idealizou um parto natural ter que fazer uma cesariana, mesmo que necessária, iria deixar uma cicatriz que iria muito além da física
- que se eu fizesse uma cesariana eu não iria conseguir deitar por 15 dias muito menos segurar meu filho no colo estando de pé durante esses 15 dias
- que se eu não tivesse hemorróidas durante a gravidez com certeza teria depois do parto
- que por mais que eu passesse óleo as estrias apareceriam de qq jeito
- que o amor que eu iria sentir por ele ia ser tão grande que chegaria a doer dentro do peito
- que amamentar é muito mais que instinto, que exige vontade e perseverança e que por mais que seus seios não rachem ainda assim vai doer por pelo menos umas 2 semanas
- que enquanto ele mamasse em um seio o outro iria começar a encher de leite e que isso iria doer demais no início
- que se eu não perdesse a libído durante a gestação com certeza iria vê-la ir embora depois que o bb nascesse
- que a definição de a barriga vai ficar molenga depois do parto passa longe da correta, a barriga fica indescritível
- que se meu cabelo era lindo e sedoso durante a gravidez agora ele é opaco e quebradiço
- que eu deixaria de ser a Bárbara para virar exclusivamente a mãe do Lucas, sem saber qdo vou conseguir conciliar as duas
- que eu passaria o dia de pijama sem nem mesmo notar
- que muitas vezes eu ia ter vontade de sair correndo
- que escovar os dentes só depois do meio dia ia ser algo absolutamente rotineiro, mesmo tendo acordado às seis da manhã
- que eu nunca mais iria pentear o cabelo ao acordar
- que encontrar um pediatra não é tarefa fácil, que é quase tão difícil qto um obstetra humanizado
- que é normal o bb dormir na cama com os pais para que assim todos consigam umas 4h seguidas de sono de vez em quando
- que eu nunca mais ia dormir profundamente
- que a primeira vez que o bb dormisse a noite inteira não significava que eu ia tb, já que iria passar a noite toda fazendo checagens a cada 1h para ver se ele estava respirando
- que eu sempre iria me culpar toda vez que o bb tivesse gases ou cólicas
- que o bb choraria pq está digamos entediado e eu nada poderia fazer além de pegá-lo no colo, ficar calma pra não chorar junto e tentar acalmá-lo
- que por traz de um filho feliz há sempre uma mãe com olheiras
- que por mais que meu marido ajude eu sempre vou achar que ele poderia fazer mais
- que o bb poderia ser viciado em colo
- que eu teria vontade de largar ele chorando no berço e no segundo seguinte me corroer de culpa
- que toda vez que eu ficasse cansada e sem paciência meu filhote ia dar um sorriso lindo que ia me tirar o chão e fazer eu me sentir a pior mãe do mundo por ter cogitado não pegá-lo no colo
- que o único exercício que eu conseguiria fazer por tempo indeterminado seria levantamento de Lucas
- que aquela calça jeans para gestante seria a unica que ainda me serviria durante os 40 dias pós parto e que depois disso eu teria que comprar uma nova, pois as 38 ainda vão demorar um bom tempo para servir outra vez
- que esse papo de amamentar emagrece é conversa fiada já que a fome que vc sente é tão grande que compensaria facilmente toda energia gasta no processo
- que meu marido ia me olhar com cara de "pra onde vai toda essa comida" enquanto janta comigo
- que eu ia perder o glamour e nunca mais me achar sexy
- que a louça sempre iria se acumular na pia, não importa qtas vezes eu lave
- que minha casa nunca mais seria a mesma, pois existem inúmeros brinquedos, carrinho, cadeirinha e chocalhos espalhados por ela
- que eu iria me tornar a minha própria mãe
- que eu ia ser uma mãe completamente diferente daquela que eu idealizei durante a gravidez
- e que apesar de todo o trabalho e cansaço ser mãe foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida e que por esse pequeno eu procuraria ser um ser humano melhor a cada dia!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

3 meses

Há 3 meses minha vida se tornou mais colorida, há 3 meses compreendi o real significado de amor incondicional, há 3 meses acordo tentando ser um ser humano melhor a cada dia. Hoje meu filho vc completa 3 meses de vida, 1/4 do seu primeiro ano de vida e metade do período de amamentação exclusiva e em livre demanda. parece que foi ontem que fui internda, ontem que senti as primeiras contarções e ontem que para o seu bem estar eu fiz uma cesariana. Mas tudo isso foi há 3 meses atrás meu filho, e vc não faz idéia como desde então meus dias são mais felizes.

Hoje meu filho vc cumpriu mais um ciclo nessa longa jornada da vida. Dizem que os 3 primeiros meses são os mais difíceis na vida de pais e filhos, que são um período de adaptação mútua, que esse período nada mais é que o quarto trimestre da gestação, e que o bebê precisa se lembrar do útero a todo momento para que se sinta seguro e calmo, pois durante esses 3 primeiros meses vcs se parecem muito mais com o feto que estava dentro da barriga do que com os bebês mais velhos, já que passam a maior parte do tempo dormindo ou se alimentando.

De forma alguma vc foi um bebê "difícil", nos adaptamos um ao outro de uma forma bem tranquila e harmônica, com mamãe sempre respondendo ao seu choro e tentando da melhor maneira possível compreender o que vc queria. E essa estória de quarto trimestre realmente faz sentido, pois vc sempre respondeu positivamente a técnica dos 5S - 1. Swaddling (embrulhar o bebê apertadinho), 2. Side/Stomach (posição de lado), 3. Shhhh Shhhh – O som favorito do bebê, 4. Swinging (balançar) e 5. Sugar.  Vc não teve cólicas, refluxo, gases, dificuldades em fazer cocô, é bem verdade que no começo vc se irritava com tantos puns e cocôs (rs), mas isso nunca foi um problema maior e acordava cerca de 2 vezes por noite, o que podia ser considerado dormir a noite toda para um bebê de sua idade onde o comum era acordar a cada duas horas, dando uma média de 5 vezes por noite.

Na maioria das vezes seu choro significava fome/sede, algumas poucas era uma posição incomoda, frio, calor ou apenas vontade de sentir o calor do corpo da mamãe ou do papai. Durante os primeiros 40 dias vc basicamente dormia e se alimentava. Até que então começou a sorrir e a interegir com a mamãe e o momento da amamentação já não mais apenas o momento de ser alimentado, era muito mais do que isso, passou a ser uma troca de carinho, de olhares e a cada dia nossa cumplicidade e confiança um no outro aumentava.

Hj, ao final desses 3 primeiros meses, vc já se comunica de outras formas que não o choro, dorme quase a noite toda e qdo acorda para mamar de madrugada não faz chorando, mas sim chamando a mamãe emitindo sons característicos. Vc tem o sorriso mais lindo do mundo e há 3 dias atrás deu sua primeira risada ;o). Conversa bastante tb, e é capaz de manter um diálogo de aus e agus por longos minutos com a mamãe. Cada dia ao seu lado é uma nova descoberta, um novo aprendizado.

Bem vindo ao quarto mês meu filho!

Amo você,

Mamãe





quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Acordando de noite, como reagir ao choro do bebê

Esse é mais um dos brilhantes textos que encontrei no "Soluções para noites sem choro": Mistaken Approaches to Night Waking, escrito pelos autores do livro Sweet Dreams: A pediatrician's secrets for your child's good night's sleep. Paul M. Fleiss, M.D., M.P.H., F.A.A.P. Frederick M. Hodges, D. Phil., Lowell House, Los Angeles, 2000.

O texto fala sobre as atitudes equivocadas as quais muitos pais são orientados a tomar pelos "especialistas do sono" e pediatras de confiança.

A verdade é que se o bebê chora é pq ele precisa de vc caros papais e mamães! Seja por fome, sede, sonho ruim, incomodo, frio, calor, necessidade de carinho, aconchego, para se sentir protegido, entre outras tantas razões. Nosso dever como pai e mãe é confortá-lo e dar o nosso melhor para que nosso filho se acalme e possa voltar a dormir tranquilamente.  O choro do bebê indica que ele é incapaz de resolver o problema sozinho e precisa da ajuda dos seus pais. Como é que um bebê em stress emocional e chorando pode sozinho encontrar conforto?

Como diz o texto "Os bebês não choram porque não têm nada melhor para fazer ou porque estão tentando irritar seus pais. Choram porque estão em aflição real. Quando seu bebê chora, está chamando você. Está pedindo seu auxílio da única maneira que sabe. Apesar de tudo, uma criança que acordou de noite e começa a chorar pode estar doente, em desconforto, em perigo, ou com dor. Você não poderá avaliar a situação até que vá até seu bebê e pegue-o em seus braços."

Por isso pais, peguem sim seus filhos no colo e atendedam aos seus chamados seja a hora que for, por mais desgastante que isso possa ser. Com certeza vcs serão recompensados, seus filhos num futuro terão uma ligação emocional muito mais forte com vcs, pois desde de pequenos aprenderam que podem contar com vcs, que vcs sempre estarão presentes e ao lado deles!

O texto na íntegra:

A idéia, muito comum nesses dias, de que bebes podem ou devem aprender a confortar a si mesmos, sem nenhuma interação física ou emocional dos pais, é incorreta.

A melhor e mais efetiva maneira de ensinar uma criança a pegar no sono por si só após acordar no meio da noite, é os pais sempre demonstrarem sua dependência e disponibilidade quando a criança era um bebê. De outra forma, o distúrbio emocional que o bebe sofre como resultado de um evento traumático que resultou na causa dele ter acordado em primeiro lugar pode ser misturado com o terror e frustação de se sentir abandonado e não-desejado.

Se o bebê aprende que sua mãe virá ajudar a cada vez que ele acorda em agonia e chora por ela, ele tem mais chances de se desenvolver numa criança cheia de segurança e confiança, que terá a capacidade de avaliar e controlar suas próprias acordadas no meio da noite, sem envolver os pais sem necessidade.

Nunca é demais enfatizar que um bebê ou criança privada de suporte emocional quando precisava ou queria, corre o risco de se tornar uma criança instável emocionalmente e eventualmente um adulto instável. Somente benefícios podem ser conseqüência de se acariciar e aconchegar com seu bebê não importando quando ele precisar. Num mundo perfeito, o bebê receberia automaticamente toda atenção que precisa sem mesmo ter que pedir por isso.

Eu sei como é duro para alguns pais aceitarem esse modo de pensar. Porque vai diretamente contra aos conselhos que muitos pais americanos tem dado nas últimas gerações. É geralmente difícil para os pais, que foram eles mesmo privados de carinho e suporte emocional da parte dos próprios pais quando eram bebês, dar suporte e conforto físico a suas crianças. Eles também podem se sentir desconfortáveis segurando o bebê ou lidando com as exigências emocionais da criança.

Muitos anos atrás, eu tinha uma vizinha que era muito inteligente, sensível e bem sucedida. Ela e o marido tiveram uma bebê muito bonita, e, naturalmente, queriam o melhor para ela. O pediatra da bebê era muito prestigiado na cidade. Quando o pediatra preveniu a mãe que ela não deveria nunca pegar o bebê no colo quando ela chorasse, senão poderia "estragá-la", e quando ele a aconselhou a nunca alimentar o bebê exceto em intervalos de 4/5 horas, ela seguiu aqueles conselhos errôneos palavra por palavra. Essa mãe tinha as melhores intenções para com sua filha. Ela queria fazer a coisa certa, mas os conselhos que foram dados a ela eram tão errados que resultaram exatamente nos efeitos OPOSTOS. A pobre bebê passou a maior parte do tempo chorando inconsolavelmente e sozinha no berço. Isso foi o que o doutor mandou fazer.

Sua filha sobreviveu, e cresceu uma mulher bonita, mas também cresceu se tornou uma jovem emocionalmente instável, distante, e insegura, cujas relações problemáticas com sua mãe eram uma fonte de dor e mágoa para ambas. Infelizmente, esse cenário é muito típico. Tantos adultos são criados por pais inteligentes e cheios de boas intenções, mas a quem foram dados péssimos conselhos por profissionais que também aprenderam em livros medicos cheios de erros e aulas com conselhos ruins. Por sorte, esse tipo de ensinamento "anti-criança& está sendo desafiado, contestado e cientificamente analisado.

Isso, então, nos leva ao assunto muito importante do choro. Esse é um tópico de muita importância para muitos pais, e muitos muitos têm ouvido vários conselhos que estão em conflito, que se contradizem. Vou contar-lhes meu modo de abordar esse assunto, que tem base inteiramente na filosofia que reconhece as genuínas necessidades emocionais e físicas de crianças nessa situação, e procura apoiá-los de uma maneira carinhosa, amorosa e científica.

Por causa da publicidade que esse assunto tem gerado, "especialistas de sono" tem surgido para dar aos pais dois tipos semelhates de tratamentos - dos quais ambos são inaceitáveis a pais que param para pensar e refletir.

O primeiro desses "tratamentos" equivocados é o famoso "visitas com tempo determinado" ou "metodo Ferber",[3] também conhecido com "extinção", que tenta usar condicionamento de comportamento para ensinar crianças a "silenciar a si mesmas". Eu acho que é instrutivo observar que o termo assustador "extinção" se refere ao processo de ignorar o choro do bebê durante a noite e se recusar a confortá-lo. O que é estranho é que as pessoas que defendem ignorar o choro do bebê é que usam esse termo [4] As conotações negativas desse mundo nos dizem que essa pratica é incompatível com pais responsáveis e carinhosos.

Quando uma criança acorda e chora, os "advogados" da extinção falam aos pais para entrar no quarto do bebê e checar se o bebê não está em perigo "real". Eles podem consolar o bebê com palavras, mas estão proibidos de amamentá-lo, ou dar qualquer tipo de conforto físico. Então os pais são instruídos a sair do quarto, mesmo que o bebê ainda esteja aflito e chorando. Contra seu melhor julgamento, os pais são ordenados a "deixar o bebe chorar" até que ele volte a dormir de exaustão. Se o bebê ainda estiver chorando após 5 minutos, os pais podem voltar de novo, mas eles não podem tocar no bebê. Eles então saem do quarto novamente. Se o bebê ainda chora após 10 minutos, os pais podem voltar. Se o bebê ainda estiver agoniado após 15 minutos, eles podem voltar rapidamente, mas então dever deixar o bebê sozinho por 20 minutos, e assim vai. A cada noite, a duração de tempo antes dos pais voltarem ao quarto do bebê vai aumentando em 5 minutos.

Se formos acreditar nos relatos maravilhosos dos "advogados" desse método, é geralmente esperado que funcione após algumas poucas noites. O sucesso é medido pela relutância da criança em chamar os pais, até mesmo se ela acordar, precisar de ajuda, ou estiver traumatizada pelo medo. Se a extinção falha em atingir esses objetivos, os advogados aconselham os pais a esperar um mês e então tentar de novo.

Mesmo que esse método reprima o choro da criança aflita, precisamos nos perguntar se é realmente uma coisa boa. Os advogados da extinção ignoraram o impacto psicológico desse tipo de tratamento. Eles mediram o sucesso meramente pelo grau em que a criança foi silenciada. Ninguém até agora sabe o que acontece na mente de um bebê que foi sistematicamente ignorado e friamente intimidado dessa forma. Certamente, nenhuma pessoa razoável pode honestamente acreditar que um bebê pode entender que ele está sendo "treinado" a "confortar a si mesmo" ou a fazer a transição de um estado de agonia a um estado de relaxamento. Mas os adultos sabem por experiência própria que provavelmente não são capazes de aprender uma nova tarefa quando estão chorando ou num estado de stress emocional.

As necessidades de um bebê que chora são tão simples, e tão fáceis de suprir. Um bebê que chora para comunicar que precisa de toque, conforto, ou está com frio, precisa de proteção e amor, que só você pode dar. Porque alguém negaria um pedido tão simples e humano? É um carinho e uma palavra delicada algo tão duro que não podemos dar a uma criança que precisa? Eu pessoalmente acredito que nenhum pai normal, emocionalmente estável, colocaria seu precioso bebê nesse tipo de "condicionamento", a menos que tenha sido dolorosamente enganado. Algumas vezes eu receio que alguns pais possam ser levados incorretamente a pensar que seus bebês são somente uma forma de animal de estimação, como um cachorro que pode ser treinado a obedecer e executar simples tarefas através de comandos. Bebês não são cachorros e não devem ser tratados como tais. Você não pode "treinar" um bebê a obedecer suas ordens. Um bebê chega a esse mundo "sabendo" exatamente quais são suas necessidades. Atender a essas necessidades de uma maneira inteligente, humana e amorosa é o único jeito de assegurar que seu filho vai progredir facilmente através dos estágios biológicos determinados do desenvolvimento humano.

O outro método popular que alguns "especialistas do sono" defendem é o método do "companheiro do sono". Se o bebê acordar no meio da noite e chorar, um dos pais é instruído a ir ao quarto do bebê e deitar em algum lugar do quarto, mas não na mesma cama. Uma melhoria no "comportamento de sono" é esperada após 3-4 noites. O bebê deve aceitar a "sentença" de sono sem protesto. De algum modo o bebê deve entender que os pais esperam que ele durma a noite toda. De alguma maneira o bebê tem que entender que, se ele acordar de noite porque está com sede por exemplo, ele precisa se lembrar que os pais ainda estão lá, e que eles ainda o amam, se ele acorda porque está com medo, um pesadelo ou algo assim, ele ainda tem que ficar quietinho e não pode incomodar ninguém.

Eu já fui em várias palestras e li os livros dos "especialistas do sono" que dizem que esses métodos funcionam em 80-90% dos casos, mas a minha própria experiência clínica com pais que vem ao meu consultório em Los Angeles demonstra que esses métodos são bem ineficazes e certamente não funcionam tão bem como os "especialistas" afirmam.

Respeitar a criança como se ele/ela fosse nada mais do que um animal a ser treinado é um erro grave. Nós realmente não temos a menor idéia de que tipo de danos estamos causando aos nossos bebês quando os tratamos mal dessa maneira. Quando um bebê não chama os pais quando tem alguma necessidade durante a noite, não é porque ele "aprendeu" um comportamento útil. É mais provável que ele simplesmente tenha desistido dos seus pais. Não vai ser atendido, então desiste. Mecanismos psicológicos de defesa levantam uma muralha entre o bebê e seus pais. Eu não consigo pensar em coisa mais triste que uma criança que não pode mais amar seus pais com medo de perturbá-los e, como resultado, tem medo e desconfiança deles. Na natureza, não existem espécies de mamíferos em que a mãe falha em responder imediatamente ao choro do seu bebê. Apesar de nossa inteligência superior, somente humanos podem ser persuadidos a colocar a saúde, felicidade e bem-estar de seus próprios filhos em perigo.

Pode ajudar aos pais lembrar que bebês e crianças prquenas são criaturas emocionais, e não racionais. Uma criança não pode entender perfeitamente porque você está ignorando seu pedido de ajuda, que veio através do choro. Ignorar o choro do bebê, mesmo com a melhor das intenções, pode fazê-lo sentir-se abandonado. O resultado é uma criança insegura e infeliz. Você não pode "estragar" uma criança se responder aos seus choros. Crianças são "estragadas" quando são ignoradas. Se eles não podem chamar sua atenção através dos meios usuais, eles irão tentar comportamentos desagradáveis para consegui-lo. Quanto mais você ignora suas crianças, mas desagradáveis os seus comportamentos se tornarão, e mais "estragados" eles vão ficar. A lição que estou ensinando é que você valoriza o mal comportamento mais do que o bom comportamento. Eu tenho certeza de que todos os pais vão perceber o quanto é indesejável que uma criança aprenda este tipo de lição.

Esperar que um bebê ou criança pequena que acorda e chora no meio da noite "conforte a si mesma" sem uma interação positiva e carinhosa dos pais é irracional e não-efetiva. Responder ao choro do bebê, confortá-lo, e amá-lo, ajudando-o a superar o que quer que o esteja incomodando, não é somente efetivo, é também a maneira certa de acalmar e confortar a sua criança para que ela possa voltar a dormir em paz. Um bebê que chora quer a presença do pai/mãe precisamente por saber instintivamente que a presença de um pai confortante é a solução para o problema. A menos que o pai se faça disponível ao bebê, o bebê não vai se acalmar. Bebês estão respondendo a necessidades biológicas que "especialistas de sono" ignoram ou negam.

É verdade que um bebê cujo choro é ignorado pode eventualmente voltar a dormir, mas o problema que o fez acordar permanence não-resolvido. Mesmo se os pais checaram tudo pra ter certeza de que o bebê não está doente ou em desconforto físico, ao menos que peguem o bebê no colo, interajam com ele de uma maneira carinhosa, confortem-no, amamentem-no, a causa do stress emocional continua. O stress emocional de um bebê não some se ele é simplesmente ignorado. Ele se multiplica e pode levar a disordens de longo prazo na relação entre pais e filhos. Responder às necessidades emocionais do seu bebê e interagir com ele, então, é a atitude ideal para os pais.

Lembre-se de que os bebês choram por uma razão. Nós não podemos sempre saber qual é a razão, e não podemos sempre resolver o problema, mas podemos sempre tentar. Se o bebê chora de noite, pode ser de fome, sede, pode estar doente, com frio, com calor, incomodado, agitado, se sentindo sozinho, ou com medo por causa de um pesadelo. Qualquer que seja o problema, o fato é que o choro do bebê indica que ele é incapaz de resolver o problema sozinho e precisa da ajuda dos seus pais. Vale também lembrar que os bebês choram somente como um último recurso, depois que todos os outros meios de tentar estabelecer uma comunicação com os pais falharam. O choro da criança quando ela acorda no meio da noite pode conseqüentemente representar uma intensificação do stress inicial que a fez acordar. Conseqüentemente, a aproximação de maneira sensível e carinhosa deve responder imediatamente ao choro da sua criança. Os bebês não choram porque não têm nada melhor para fazer ou porque estão tentando irritar seus pais. Choram porque estão em aflição real. Quando seu bebê chora, está chamando você. Está pedindo seu auxílio da única maneira que sabe. Apesar de tudo, uma criança que acordou de noite e começa a chorar pode estar doente, em desconforto, em perigo, ou com dor. Você não poderá avaliar a situação até que vá até seu bebê e pegue-o em seus braços.

Este artigo, original em inglês, pode ser lido em
http://www.nospank.net/fleiss2.htm -
Tradução: Andreia Mortensen



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Já não é mais necessário sempre chorar

Depois de do texto de ontem passei a compreender melhor algumas atitudes do Lucas e pude constatar que ele já se comunica e emite sons bem específicos dependendo do que quer! E devido ao fato de que eu e Gui nunca o deixamos chorando no berço hoje ele já sabe que não precisa  apenas chorar para se expressar, exatamente como o texto do post anterior diz.

Lucas está com pouco mais de 11 semanas ou cerca de 2,5 meses e já faz algumas semanas que ao acordar durante a madrugada ele já não chora de imediato. Acorda, fica balbuciano alguns sons e espera pacientemente por alguns minutos a mamãe se levantar, caso eu realmente demore ele começa a iniciar um choro. Eu achava que o fato dele não estar chorando significava que ele não estava precisando de mim, que havia acordado mas que estava tudo bem e que logo voltaria a dormir, e que se caso quisesse mamar ou simplesmente ser confortado ele iria começar a chorar. Por conta disso eu apesar de acordar com os gemidos e balbúcios dele, só me levantava da cama qdo ele iniciava um chorinho. Mas eu estava enganada ao achar que pq ele não chorava ele não estava precisando de mim naquele momento. A verdade é que eu sempre atendi aos chamados dele, e nunca o deixei chorando no berço e por conta disso ele aprendeu que não precisa chorar para me chamar, que basta ele emitir sons que eu lá estarei e o atenderei. Que ele pode começar a chorar caso não seja atendido depois de um tempo ou para expressar outras necessidades que não sejam fome ou sede. Eu já havia precebido que durante o dia qdo ele queria mamar ele expressava um som caracteristico qdo vinha para o meu colo. Sempre que ele está em meu colo e não faz esse som não adianta oferecer o peito que ele não aceita, o que ele quer é outra coisa. Esse mesmo som ele já emitia durante a madrugada qdo eu após pegá-lo no colo sentava na cadeira de amamentação e o posicionava. Agora ele já não chora mais como antes enquanro espera eu arrumar o peito, pois aprendeu que toda vez que ele está naquela posição vai ser alimentado em poucos segundos, e por isso apenas emite esse som característico para expressar sua ansiedade por conta do que está por vir. Mas os sons emitidos durante a madrugada eu ainda não havia compreendido bem o significado, mas agora sei que é ele me chamando!

Estou muito feliz comigo mesma por sempre ter respondido ao seu choro pacientemente, fosse a hora que fosse, pois nesse momento recebo a recompensa! Sei que meu filho está se desenvolvendo, está aprendendo, e está se comunicando conosco por outras formas que não o choro, que emite sons característicos dependendo do que quer. E nesse momento eu percebo que valeu a pena entrar de cabeça nessa tal maternidade,  e que ser mãe é mesmo tudo de bom; pois ver seu filho crescer a cada dia e ser parte desse estória realmente não tem preço ;o)